[vc_row][vc_column width=”1/6″][/vc_column][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Por Valesca Veiga[/vc_column_text][vc_empty_space][vc_column_text]A nova exposição individual de Luiz Zerbini deflagra algumas questões fundamentais da pesquisa pictórica do artista esquadrinhada e expandida ao longo de mais de três décadas. Sete telas em grande formato, dispostas nas amplas paredes da galeria Carpintaria, apresentam composições geométricas abstratas que irradiam exuberância cromática. Camadas e sobreposições por tramas de transparências e opacidades, frequentes em todo o tecido poético de Zerbini, estão construídas como uma rede de texturas de sutileza fina que dialogam com a visualidade de outras técnicas, como a estampagem serigráfica, a gravura e a fotografia. O efeito de colagem entre os diversos planos, recorrente nas composições figurativas do artista, está aqui revisitado pela construção da cor, que apesar de fragmentada pela extensa paleta, é o elemento agregador do todo poético. Tudo parece estar sincronizado.

 

A dicotomia figuração e abstração tem sido resolvida por Zerbini pela interação. Em suas telas figurativas mais conhecidas, paisagens urbanas carregadas de imagens convivem com formas abstratas e geométricas em planos cromáticos sem hierarquia. Tudo parece estar em entendimento, apesar do caos e da saturação de detalhes, que acabam por beirar à abstração. Por outro lado, nesta pintura recente considerada abstrata e geométrica, a paisagem tem forte presença por entre a renda de tessituras de tonalidades e formas que ampliam o olhar para o que está por detrás dos grids. O mar também comparece na sinuosidade de ondas, nas camadas transparentes quase aquosas que parecem alcançar suavemente algumas obras. Nesta abertura de possibilidades da pintura para além dos limites usuais, figuração e abstração parecem ter afinidades.

 

Zerbini constantemente propõe ao espectador o “ver através” de janelas imaginárias criadas a partir de sobreposições, recobrimentos e agrupamentos quase cenográficos dos múltiplos elementos plásticos inseridos nas cenas paisagísticas. Mais particularmente neste conjunto de trabalhos do que em outros geométricos, há certo deslocamento do olhar, imerso na profusão de texturas, cores e simetrias, à procura das sequências das formas, o que eleva a potência dos efeitos ópticos. Como ocorre nas obras Gemini e Logo Love III, onde a estrutura gradeada de quadrados e círculos se combinam e se desmantelam como um pulsante caleidoscópio. A pesquisa com as monotipias de folhas colhidas em Inhotim, iniciada em 2016, está representada em trabalhos com tons menos escuros e inserções de rosa e azul. Ao final da exposição, a Mesa Rio tridimensionaliza as ondas do mar por riscos sinuosos em vidro, fazendo uma relação de sombra com a areia do fundo. Por essa heterogeneidade de meios e suportes, as representações de paisagem tropical, notadamente carioca, empreendem uma conjunção de sonoridades e emissões luminosas que ecoam pelo vasto espaço, quase nos exigindo uma contemplação silenciosa para ouvir e sentir.

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Luiz Zerbini

Carpintaria – RJ
Rua Jardim Botânico, 971
Terça a sexta, de 10h às 19h
Sábado, de 10h às 18h
Até 19 de janeiro
Entrada gratuita
Classificação livre
http://fdag.com.br/carpintaria/[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/2″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_images_carousel images=”2972,2993,2974,3000,2988,2989,2981″ img_size=”full”][/vc_column][/vc_row]